Vamos fazer uma viagem no tempo. Dia 16 de junho de 1970. Copa do México. No estádio Jalisco em Guadalajara, se enfrentavam Brasil e Uruguai. Naquele ano, nossos vizinhos nos enfrentavam em igualdade de tradição. Dois bicampeões mundiais. É torcedor brasileiro, o Uruguai já foi grande, já foi inclusive maior que o Brasil. Foi o primeiro campeão do mundo, vencendo a Copa de 1930 em casa. Venceu o Brasil em pleno Maracanã na Copa 1950.
Nas últimas décadas, a seleção uruguaia foi coadjuvante no mundo do futebol. Algumas vezes passando até despercebido. Era difícil explicar porque um país com tanta história no esporte, passou tanto tempo sem nem incomodar outras grandes seleções. Quarenta anos se passaram desde aquele dia no México, o Uruguai voltou a ser grande.
Dunga e Maradona apelaram muito pro patriotismo nessa Copa do Mundo. Mas aqueles que realmente honraram a camisa que vestem, foram os comandados de Óscar Tabaréz. Eu admito, acreditava que o Uruguai passava de fase no sufoco, e cairia nas oitavas. Mas a seleção celeste também me surpreendeu, me encantou.
O torcedor uruguaio é um dos mais saudosistas. Gostam de lembrar dos grandes feitos do passado, de grandes craques. Mas o jovem torcedor, que tanto sofreu nos últimos tempos, vai poder lembrar do grande mundial de 2010. Lembrar do jogo épico contra Gana nas quartas de final. Vai lembrar que ao contrário de seus vizinhos Brasil e Argentina, eles sim caíram de pé, lutando até o fim.
Os uruguaios gostavam de lembrar de Héctor Scarone, Juan Schiaffino, Alcides Ghiggia e Pedro Rocha. A partir desse ano também poderão lembrar de Diego Lugano, Diego Forlán, Luis Suárez e outros monstros que lutaram para recuperar o orgulho uruguaio nos gramados da África do Sul.
Foto: Jonathan Pereira